A Folha de São Paulo fez um levantamento dos gastos da publicidade do Governo Federal e suas estatais com a imprensa brasileira. O objetivo era claro: desmascarar sites e “blogs sujos”, que vivem à sombra do dinheiro petista.
O tiro saiu pela culatra.
O que a Folha apurou foi que o grande cliente do Governo, da Petrobrás, do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica é a Rede Globo de Televisão. Outros grandes representantes da mídia, como a própria Folha de São Paulo, também são abastecidos com verbas do Governo que tanto combatem.
Já sites como o 247 e blogueiros como Paulo Henrique Amorim não faturam tanto assim. O jornalista, que, aliás, já trabalhou na Globo e comanda um programa na TV Record, recebeu o equivalente a R$ 15 mil por mês. Para um profissional do seu porte isso não é nada.
Tem mais: já especularam que o Brasil 247 é de José Dirceu e do PT, pelo seu alinhamento com o Governo Dilma.
Paulo Henrique Amorim, contudo, divulgou matéria no seu blogprovando que o site aparentemente de esquerda é um braço do banqueiro Daniel Dantas.
O 247 é meio estranho mesmo. Publica algumas boas matérias, reproduz muita coisa de outras fontes e na campanha política, no segundo turno, teve hora que deu uma guinada esquisita pró Aécio. Com a vitória de Dilma ficou histérico com ameaça de golpe, como se ele (o golpe) fosse iminente.
A verdade é que não existe mídia isenta nem jornalismo imparcial. Todo veículo ou profissional tem um posicionamento político, suas simpatias e ligações pessoais. Os que trabalham para sobreviver lutam para botar o pão na mesa, pagar a escola dos filhos. Os grandes grupos – como Folha, Abril, Globo – defendem grandes interesses. Como entregar a Petrobrás a oligopólios nacionais ou estrangeiros.
Cada um deve ler (ou assistir ou ouvir) com senso crítico e tirar suas próprias conclusões para não virar um robô, um teleguiado.
O ideal era democratizar a mídia. Mas vejam que isso não é fácil. Mesmo nos governos de Lula e Dilma, apesar de terem aberto mais o leque na distribuição da verbas publicitárias, os maiores beneficiários continuam os de sempre. Praticamente seis famílias comandam os maiores veículos de comunicação do Brasil.
O Governo, burro, ou medroso, paga para apanhar. Principalmente da família Marinho. (Ilustração: http://boilerdo.blogspot.com.br/).
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