sexta-feira, 5 de julho de 2013

Ministério Público pede o fim da Telexfree e diz que bloqueio do dinheiro da empresa protege divulgadores

telex free
O Ministério Público do Acre afirma que assim que os pagamentos aos divulgadores da Telexfree foram bloqueados pela Justiça do estado, os responsáveis tentaram desviar R$ 101 milhões de contas da empresa. Segundo o MP, a melhor forma de proteger os consumidores é mantendo as contas bloqueadas. A Promotoria quer ainda multar a Telexfree em R$ 7 milhões e propor sua extinção.

A devolução do dinheiro dos divulgadores da Telexfree é um dos objetivos da ação civil pública apresentada pelo MP-AC ao Tribunal de Justiça do Acre. O bloqueio foi pedido como forma de evitar vazamentos.
“Quando a juíza determinou o bloqueio dos recursos, 24 horas depois eles (responsáveis pela empresa) conseguiram entrar numa conta e desviar R$ 40 milhões para uma outra conta que não era da Telexfree. Outros R$ 48 milhões foram para outra conta”, diz a promotora Alessandra Marques, uma das responsáveis pelo inquérito contra a empresa. Os recursos foram recuperados.
O pedido feito pelo MP junto ao TJ mostra que estes valores são ainda maiores. As transferências tentadas chegavam a R$ 51,7 milhões e R$ 50 milhões, segundo decisão publicada no Diário de Justiça do Acre no dia 26 de junho. Os promotores pedem, no total, bloqueio de R$ 6 bilhões.
A Telexfree sempre negou as irregularidades e ser um esquema de pirâmide financeira, mas não comentou as novas acusações.
Um novo julgamento está marcado para a segunda-feira (8) na 2ª Câmara Cível do TJ para analisar o segundo recurso da empresa contra a decisão – o primeiro foi negado no último dia 24. “Se cair a nossa liminar, aí só (haverá novo bloqueio) depois do julgamento do mérito da ação, quando não vai ter mais nenhum centavo. Em 24 horas, eles desviaram quase R$ 100 milhões” afirma Alessandra. “A segurança para os consumidores investidores é que o dinheiro permaneça tutelado pelo Judiciário”, acredita.
A pressão para o TJ derrubar a liminar é grande. Além das ameaças de morte à juíza Thaís Khalil, que a concedeu, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não tem poder para interferir no assunto a menos que seja provada irregularidade na conduta da magistrada, recebeu mais de 18 mil mensagens a favor da Telexfree. Até mesmo a Assembleia Legislativa do Acre tenta intervir no assunto.
Na terça (2), uma sessão da AL foi interrompida para receber um grupo de divulgadores da Telexfree. O deputado Helder Paiva (PR) quer que o TJ receba, em caráter de “urgência”, uma comissão de parlamentares.
A promotoria pede ainda multa de R$ 7 milhões à Telexfree, valor que seria encaminhado ao Fundo Estadual de Direitos Difusos. A promotora Alessandra quer ainda propor a extinção da empresa para, dessa maneira, utilizar os bens dos sócios para ressarcir os divulgadores, caso as verbas em nome da Telexfree não sejam suficientes para isso.
“O interessante é buscar o patrimônio deles porque sabemos da dificuldade de ressarcir todos que investiram”, afirma. Caso o pedido de devolução seja aceito, os consumidores que puderem provar que investiram dinheiro na Telexfree, deverão entrar na Justiça dos seus estados com ações tendo como base a decisão do Acre. As informações são do Portal IG/Correio 24 horas
 por: Flores agora

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